domingo, 27 de junho de 2010

Tetro

Tetro, de Francis Ford Coppola.



















Francis Ford Coppola encontrou o Cinema.

Só por aí, qualquer filme desta última fase da sua carreira vale a pena. O homem por trás da icónica trilogia The Godfather e de Acopalypse Now encontra, longe de Hollywood, o Cinema que sempre pareceu querer fazer.

Tetro não é um filme irrepreensível, talvez nem sequer seja um grande filme. Não gosto de Vincent Gallo. Há clichés cinematográficos que não resistem a aparecer. Os últimos 45 minutos de filme estão muito longe do ambiente “art house” e da perfeição dos primeiros 80. Mas não consigo deixar de me apaixonar por Tetro.

Talvez porque haja algo de verdadeiro nele. Talvez porque haja criatividade nos planos, talvez porque haja vontade. Vontade de começar de novo. Começar uma segunda carreira. Talvez porque haja Cinema.

É um filme onde prevalece um profundo sentimento de redenção e de amor pela arte. É pessoal.

Coppola filma a história de um rapaz que chega a Buenos Aires e tenta encontrar quem julga ser o seu irmão, acabando por encontrar também toda a história da sua família, onde “só há lugar para um génio”.

Explora-se a rivalidade numa complexa teia familiar, dentro da qual pouco se sabe e muito já se sofreu. As descobertas sucedem-se a grande custo e de forma muito humana, com a lenta libertação daquilo que o tempo tentou esconder e com um toque teatral que Coppola não resistiu a dar.

O rapaz, Bennie, é Alden Ehrenreich. Uma óptima decisão de casting de Coppola, que aliou o puro e belíssimo sorriso deste jovem à força emanada por Maribel Verdú, que ganhou notoriedade em Y Tu Mamá También.

O pano de fundo é a irresistível Buenos Aires, em preto e branco digital. Clássica, latina, secreta e apaixonante.

Definitavente, gosto de Tetro porque é verdadeiro. Bravo Coppola.

8 comentários:

  1. Concordo contigo. Neste Tetro respira-se sobretudo honestidade e verdade. E isso é bom.

    ResponderEliminar
  2. Já ouvi muita coisa, mas também muita coisa má, em relação a Tetro. Não é, também, por acaso que sempre me interessou. Sacá-lo-ei em breve, nesse caso. Cá depois virei dizer o que achei :)
    (espero q esteja td bem ctg)

    Abraço

    ResponderEliminar
  3. A opinião é diversa, ainda estou a arranjar tempo para o ver...


    Abraço
    Cinema as my World

    ResponderEliminar
  4. Exacto Tiago. Acho o filme imperfeito e não gosto de praticamente todo o seu último terço mas a verdade é que Coppola tem feito o que realmente quer. E acredito que isso passa para tela.

    Flávio e Bruno, vejam, que vale a pena.

    Flávio, já comunico, pela nossa primeira via. :)

    ResponderEliminar
  5. Tetro ainda está longe da perfeição de Rumble Fish ou do Outsiders, mas convenhamos que este é um bom regresso.:)

    ResponderEliminar
  6. É sim senhor. De Coppola só vi mesmo o auge do seu envolvimento em Hollywood: Apocalypse Now, os Godfather e o paralelo The Conversation. Mas sempre tive muita curiosidade com o Rumble Fish, por acaso.

    ResponderEliminar
  7. Vê o Rumble Fish e depois diz-me se este lhe chega aos calcanhares. E o The Outsiders também ;)

    ResponderEliminar
  8. Acredito que não, até porque reconheço em Tetro imensos defeitos. Estão na lista. :)

    ResponderEliminar

Seguidores